Semana do Panificador: conheça o mercado do trigo

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O trigo é um dos cereais mais cultivados e consumidos no mundo, com uma longa história. Embora tenha diversos usos, sua função principal é alimentícia.

No Brasil, fatores climáticos e de solo limitam a produção local, obrigando o país a importar parte da demanda.

Neste artigo, em celebração à Semana do Panificador, aproveitamos para explorar o mercado internacional do trigo e o papel das importações desse produto no Brasil, fundamental para a panificação.

8 de julho: Dia do Panificador

O Dia do Panificador, também conhecido como Dia do Padeiro, homenageia os profissionais que produzem um dos alimentos mais antigos e consumidos do mundo: o pão.

A panificação é uma atividade milenar, sua origem exata é incerta, mas estudos indicam que os primeiros registros remontam há cerca de 12 mil anos, na antiga Mesopotâmia, região que hoje corresponde ao Iraque.

O pão pode ser feito com diversos grãos, como centeio, milho, cevada e trigo. É um alimento presente em diferentes culturas e situações, seja no café da manhã, nas refeições principais ou em celebrações.

No Brasil, o pão é feito majoritariamente a partir da farinha de trigo, sendo o pão francês o mais consumido no país.

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A história do trigo no Brasil

O trigo chegou ao Brasil em 1534, inicialmente cultivado na região que hoje é o estado de São Paulo. No entanto, as condições climáticas não favoreceram seu desenvolvimento. Com o tempo, a produção foi transferida para o Sul, onde o clima é mais propício.

Ao longo dos séculos, o cultivo do trigo passou por instabilidades. Problemas fitossanitários e decisões políticas impactaram no seu cultivo.

Na década de 1960, o uso de maquinário agrícola próprio para o trigo e políticas de incentivo ajudaram a reestruturar o setor.

Nos anos 1980, crises econômicas e a vinculação dos preços ao mercado internacional voltaram a prejudicar a produção. A retomada aconteceu no fim dos anos 1990, impulsionada pela desvalorização do real e pelo aumento dos preços internacionais. Nos anos seguintes, novas políticas promoveram o aumento da produção do cereal.

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A utilização do trigo vai além da farinha

O trigo é normalmente relacionado com alimentos como bolos, pães, massas diversas, mas seu uso é bastante amplo, sendo empregado em:

  • Agentes espessantes em molhos;

  • Alimentação animal, como forragem ou ingrediente de rações;

  • Produtos não alimentícios, como colas, adesivos, medicamentos, plásticos biodegradáveis, antibióticos, cosméticos, álcool, entre outros.

Principais países produtores e exportadores de trigo

O trigo é o segundo cereal mais produzido no mundo, atrás apenas do milho. Conforme lista do portal Agrolink, baseada na safra de 2023/24, os principais países produtores de trigo são:

  1. China: 137 milhões de toneladas;

  2. União Europeia: 134,3 milhões de toneladas;

  3. Índia: 110,5 milhões de toneladas;

  4. Rússia: 90 milhões de toneladas;

  5. EUA: 49,3 milhões de toneladas;

  6. Canadá: 31,9 milhões de toneladas;

  7. Paquistão: 28 milhões de toneladas;

  8. Austrália: 25 milhões de toneladas;

  9. Ucrânia: 22,5 milhões de toneladas;

  10. Turquia: 19,5 milhões de toneladas.

O Brasil aparece na 15ª posição, com uma produção de 8,4 milhões de toneladas.

Em relação aos principais exportadores, destacam-se a Rússia, Austrália, Canadá, Estados Unidos e França.

As importações de trigo no Brasil

Apesar do Brasil ser um país líder na produção de muitas commodities agrícolas, o trigo não é um deles. O país produz cerca de 60% da demanda interna e o restante é suprido por importações, vindas principalmente da Argentina.

Segundo dados do Comex Stat, entre janeiro e maio deste ano, o Brasil importou 3,09 milhões de toneladas de trigo. O volume representa um crescimento de 11,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. Trata-se também do maior volume importado desde 2001, considerando os primeiros cinco meses do ano.

Os principais fornecedores de trigo para o Brasil foram:

  • Argentina: 72% das importações em valor;

  • Uruguai: 19%;

  • Paraguai: 7%.

Importação de trigo: modais de transporte utilizados

A maior parte do trigo importado chega ao Brasil pelo modal marítimo, responsável por cerca de 93% do volume desembarcado. Os navios são o meio mais utilizado por conta da alta capacidade e do menor custo de frete por tonelada transportada.

O modal rodoviário representa cerca de 7% das operações. Essa via se destaca principalmente no trigo proveniente do Paraguai. Já a Argentina e o Uruguai utilizam o transporte marítimo como principal via.

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Portos de desembarque do trigo no Brasil

Os portos de desembarque do trigo importado são diversos. Apesar da proximidade geográfica dos estados do Sul com a Argentina e o Uruguai, apenas o Porto de Paranaguá aparece entre os principais, ocupando a sexta posição em volume de trigo desembarcado.

Os portos que mais receberam embarques de trigo neste ano foram o Porto de Santos, Fortaleza e Salvador.

Conclusão

Compreender o papel do panificador é também reconhecer a importância da cadeia logística que traz o trigo até as indústrias, e delas, às padarias.

O pão, desde a antiguidade, continua sendo um dos alimentos mais consumidos no mundo, com relevância cultural e nutricional.

O Brasil depende das importações para atender sua demanda por trigo. Isso mostra como o comércio internacional é fundamental para equilibrar o mercado quando não há autossuficiência de um país em determinado produto ou setor.

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