A volatilidade do dólar afeta o comércio exterior brasileiro?

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Em 2024, o dólar encerrou o ano com ganhos de cerca de 27% frente ao real. Já no primeiro trimestre de 2025, registrou uma queda de 7,65%. Essa volatilidade afeta desde investidores, o mercado de commodities, viagens internacionais, consumidores brasileiros e, mais diretamente, empresas que atuam no comércio exterior.

O que motiva a flutuação da moeda norte-americana é complexo e não pode ser explicado por uma única causa, mas essas mudanças impactam diretamente a previsibilidade e a lucratividade das empresas importadoras e exportadoras.

Neste artigo, vamos abordar o que está por trás da volatilidade cambial, os riscos que ela representa e as alternativas para reduzi-la.

Por que o dólar oscila?

O dólar é uma referência monetária, uma das moedas mais fortes do mundo, e por isso é utilizado no comércio internacional.

Essa moeda funciona como um produto: se estiver escasso no mercado, seu preço sobe; se estiver disponível em grandes quantidades e com pouca procura, tende a se desvalorizar.

E há diversos fatores que explicam a disponibilidade da moeda norte-americana, abaixo exploramos os principais.

  • Balança comercial: quando as empresas exportam produtos, mais dólares entram no mercado nacional, aumentando a oferta da moeda. O contrário acontece nas importações, que reduzem a oferta de dólares no país, pressionando a cotação para cima.

  • Taxa de juros: investidores globais movem seu dinheiro para mercados que oferecem maior rentabilidade. Assim, se os juros sobem nos EUA, os investidores podem retirar seus dólares do Brasil e direcioná-los para o mercado norte-americano, e vice-versa.

  • Acontecimentos globais, cenários políticos e conflitos: incertezas políticas, crises, notícias sobre as contas públicas, guerras e instabilidades econômicas influenciam no fluxo da moeda no mundo.

Além disso, há um forte atrativo em realizar investimentos em mercados considerados seguros, mesmo sem alterações na taxa de juros, pois investidores buscam estabilidade.

Qual o impacto das oscilações do dólar no comércio exterior brasileiro?

O impacto nas operações de importação e exportação está relacionado ao risco de perdas financeiras causadas pela flutuação das taxas de câmbio.

Vamos analisar na perspectiva das empresas importadoras e exportadoras:

  • Importadores: Quando o real está valorizado em relação ao dólar, ou seja, quando o dólar está mais barato, importar produtos e serviços do exterior se torna mais acessível, tornando a importação uma atividade mais viável.

Por outro lado, quando há uma alta do dólar, os produtos internacionais ficam menos atrativos, pois se tornam mais caros. Em muitos casos, esse aumento pode inviabilizar uma operação de importação, levando empresas a buscar a produção local ou a adquirir um similar nacional.

O Brasil depende da importação de diversos produtos que não são produzidos internamente, como chips e máquinas com alta tecnologia. São itens que não podem simplesmente ser substituídos, já que a indústria nacional não os produz. Nesse contexto, o dólar alto gera inflação em toda a cadeia, até o bolso do consumidor.

  • Exportadores: Para os exportadores, a valorização do dólar (um real desvalorizado) torna os produtos brasileiros mais competitivos no mercado internacional.

No entanto, a médio e longo prazo, isso pode gerar desequilíbrios. Pois muitos produtos exportados utilizam insumos importados para serem produzidos.

Já quando o real está valorizado frente ao dólar, os exportadores podem ter suas vendas internacionais afetadas, pois os preços dos produtos aumentam para o consumidor estrangeiro.

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Imprevisibilidade e aumento dos custos

Esse cenário de oscilação cambial traz imprevisibilidade, tornando o planejamento financeiro mais difícil.

Além de afetar o valor da mercadoria em si, os custos operacionais e tributos também são afetados pelas variações do câmbio. Isso porque os tributos, por exemplo, são calculados com base no valor aduaneiro (que é em moeda estrangeira).

O frete internacional (geralmente contratado em dólar, embora o euro também seja comum em importações da Europa), taxas de demurrage e detention também são negociados em moeda estrangeira. Em momentos de dólar elevado, esses valores se tornam um desafio adicional.

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  1. Como se proteger das oscilações do dólar?

Se sua empresa importa ou exporta com frequência, é importante estar atento aos fatores que influenciam a oscilação do dólar, como a situação do mercado financeiro brasileiro e eventos globais que afetam o fluxo da moeda, bem como adotar estratégias que minimizem esses impactos.

Uma maneira de proteger os negócios internacionais da oscilação do dólar é através do hedge cambial.

O hedge cambial é uma estratégia encontrada no mercado financeiro que permite travar a cotação do dólar. Existem várias formas de realizar um hedge cambial, sendo alguns destes formatos:

  • Termo de moedas (Non-Deliverable Forward – NDF): É um acordo entre duas partes para fixar a taxa de câmbio em uma data futura.

  • Swap Cambial: É um contrato em que duas partes combinam trocar entre si a variação do câmbio e da taxa de juros.

Conclusão

A volatilidade do dólar é influenciada por fatores como eventos geopolíticos, variações nas taxas de juros e mudanças no cenário econômico global, afetando diretamente o fluxo de caixa, o lucro e a previsibilidade das operações de importação e exportação.

Nesse contexto, o hedge cambial é uma ferramenta para trazer mais segurança às operações internacionais.

Cada etapa da operação de comércio exterior, como câmbio, logística e desembaraço aduaneiro, deve ser tratada com atenção, para que assim o processo seja lucrativo.

Na PGL Brasil, ajudamos a cuidar da sua operação de importação e exportação com soluções completas em logística e despacho aduaneiro.

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