Importação de produtos para revender: guia completo

Mais de 55 mil empresas de todos os portes realizam importações no Brasil, um número que cresce todos os anos e atesta o potencial do mercado internacional.
A importação é uma estratégia para acessar tecnologias não disponíveis localmente e insumos mais competitivos. Além disso, a aquisição de produtos prontos no exterior para revenda no mercado nacional é uma operação que pode ser bastante lucrativa.
Porém, o processo de importação envolve diversas etapas e o importador pode esbarrar em desafios sem os parceiros certos e um planejamento adequado.
Para explorar de perto este processo, abordamos neste conteúdo um guia para auxiliar importadores, englobando desde a identificação de fornecedores até a venda final do produto.
Vantagens em importar para revender
A importação oferece acesso a produtos que não estão disponíveis no mercado brasileiro ou são difíceis de encontrar. Além disso, possibilita em muitos casos uma maior margem de lucro, já que o custo de aquisição de muitos bens no exterior é significativamente menor.
Outra vantagem na importação está ligada à terceirização. Estabelecer uma produção própria no Brasil pode ser um grande desafio, considerando fatores como regulamentações, infraestrutura e a disponibilidade de mão de obra especializada.
Diante disso, uma alternativa viável é a terceirização da fabricação no exterior, importando o produto já finalizado para o Brasil. Essa estratégia é especialmente vantajosa em países com estrutura industrial desenvolvida, como a China, onde é possível aliar mão de obra qualificada, preços competitivos e infraestrutura.
Como identificar e escolher um fornecedor?
A identificação de um bom fornecedor no exterior pode começar por diferentes caminhos:
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Missões comerciais ao país de interesse e participação em feiras de negócios do segmento desejado são formas de ter contato direto com fabricantes.
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Contratação de Trading Companies ou consultorias especializadas, que já possuem uma rede de fornecedores verificados e podem facilitar todo o processo.
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Plataformas online, como o website Alibaba no caso da China, que oferecem acesso a milhares de fornecedores, embora exijam uma verificação adicional de reputação.
Uma vez escolhido e fechado negócio, a solicitação de uma amostra ou até mesmo a realização de inspeção pré-embarque na fábrica é recomendável, principalmente nos primeiros processos.
Importando produtos com marca própria: White Label e Private Label
É possível importar produtos já com a marca da sua empresa, utilizando dois modelos:
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White Label: o fabricante produz um produto que pode ser comercializado por diferentes empresas sob suas próprias marcas. A personalização, porém, é limitada.
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Private Label: aqui, o produto é desenvolvido especialmente para uma empresa, que detém exclusividade sobre a marca. O Private Label permite um maior grau de customização, tanto no design quanto na formulação.
Principais etapas burocráticas e operacionais na importação
Após a seleção dos fornecedores, o processo de importação envolve as seguintes etapas gerais, que muitas vezes acontecem em paralelo:
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Negociação definitiva: fase que compreende o acerto da modalidade de pagamento, os prazos de entrega, a definição do Incoterm e o recebimento da Proforma Invoice final.
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Habilitação no RADAR: é obrigatório realizar o cadastro da empresa no RADAR, sistema da Receita Federal que confere a habilitação para importar.
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Etapas de pré-embarque: inclui o enquadramento do produto na NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul), a consulta do tratamento administrativo aplicável e a solicitação das licenças necessárias junto aos órgãos anuentes.
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Definição da logística e contratação dos serviços: aqui acontece a definição do modal de transporte mais adequado, a contratação de um agente de cargas e do despachante aduaneiro.
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Documentação: o exportador deve emitir a Commercial Invoice, o Packing List e demais documentos pertinentes, como o Certificado de Origem. Deve-se conferir e aprovar toda a documentação com cuidado.
Após o trânsito internacional, a chegada ao destino e os devidos trâmites aduaneiros, a carga é nacionalizada e fica disponível para ser comercializada nacionalmente.
Mapeando os custos da importação
Antes do fechamento de qualquer negociação, o importador deve colocar na ponta do lápis todos os custos que envolvem o processo: do valor da mercadoria aos gastos de armazenagem no Brasil.
Os principais custos envolvidos, além do valor do produto em si, incluem:
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Frete internacional e despesas relacionadas: que abrange também custos adicionais dependendo do Incoterm. Caso for EXW, por exemplo, o importador irá pagar o transporte, desembaraço e custos de movimentação do porto/aeroporto na origem.
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Seguro internacional: embora opcional, é importante a contratação para proteger a operação.
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Tributos relativos à importação, que variam conforme a NCM:
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Imposto de Importação (II);
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Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI);
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PIS/PASEP e COFINS;
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Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
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Taxas de armazenagem e movimentações no porto/aeroporto de desembarque.
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Honorários do despachante aduaneiro.
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Frete interno: custo do transporte do porto/aeroporto até as instalações do importador.
Canais de venda: onde vender produtos importados?
Depois de importar, a próxima etapa é vender! Para produtos destinados à revenda, o caminho até o consumidor pode ser bem direto, e as opções de canais são variadas.
As lojas físicas, sejam elas próprias ou por meio de distribuidores, são uma estratégia tradicional.
Por outro lado, o e-commerce é um caminho em ascensão, impulsionado pelos hábitos de consumo cada vez mais digitais dos consumidores.
Dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) mostram o potencial deste canal: o e-commerce brasileiro deve crescer 10% em relação a 2024, consolidando o oitavo ano consecutivo de expansão. A ABComm ainda projeta um aumento de 4,7% no ticket médio do consumidor e de 5% no volume de pedidos.
A venda no atacado para outras empresas também é uma alternativa para quem importa em grandes volumes, aproveitando melhor a escala da operação.
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Importar para revender é um caminho para expandir negócios e oferecer produtos de qualidade ao mercado brasileiro. Com pesquisa, planejamento e parceiros certos, sua empresa pode navegar pelo comércio exterior sem complicações.
A PGL Brasil é uma empresa especialista em desembaraço aduaneiro e logística internacional e nacional, dedicada a garantir a excelência e conformidade nas operações de nossos clientes.
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