Agronegócio e o comércio exterior
Por conta da extensão territorial, clima e terras férteis, o agronegócio tornou-se ao longo da história do Brasil uma atividade econômica muito atrativa. Sendo um importante motor da economia brasileira, este setor representou cerca de 24% do PIB no ano de 2023.
No mercado global, o Brasil é um dos principais players na produção e exportação de alimentos. O agronegócio tem uma forte participação nas exportações, sendo responsável por 49% da pauta exportadora durante o ano de 2023, cerca de 1,5% a mais que o ano anterior.
Neste artigo, discutiremos sobre o atual cenário do agronegócio no comércio exterior brasileiro.
O agronegócio brasileiro em 2023
Conforme dados recentes divulgados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, as exportações do agronegócio em 2023 fecharam em US$ 166,55 bilhões em vendas. É um valor recorde, sendo 4,8% (US$ 7,68 bilhões) maior em comparação a 2022.
Este aumento no faturamento foi motivado pelo aumento de mercadorias embarcadas, e expansão de mercados, com 78 novos canais de vendas.
Os setores do agronegócio que mais contribuíram com as exportações foram: complexo soja (+US$ 6,49 bilhões); complexo sucroalcooleiro (+US$ 4,60 bilhões) e cereais, farinhas e preparações (+US$ 1,18 bilhão) e sucos (+US$ 447,41 milhões).
Os cinco principais segmentos em termos de valor exportado foram os seguintes: complexo de soja liderando com 40,4% do total de exportações, seguido por carnes (14,1%), complexo sucroalcooleiro (10,4%), cereais, farinhas e preparações (9,3%) e produtos florestais (8,6%). Juntos, esses segmentos compreenderam 82,9% das vendas totais do setor no ano de 2023.
Um produto que se destacou em 2023, foram os grãos. Foi exportado 193,02 milhões de toneladas na forma de grãos, cerca de 24,3% maior (155,3 milhões de toneladas) quando comparado a 2022. Esta quantidade de grãos exportados representa 60,3% da safra de grãos de 2022/23.
Além do acréscimo de quase 40 milhões de toneladas na exportação de grãos, houveram outros produtos destaques, com um crescimento no volume exportado que alcançaram vendas externas superiores a US$ 1 bilhão: carnes (+5,4%), açúcar (+15,1%), sucos (+6,0%), frutas (+5,9%) e couros e seus derivados (+19,7%).
No que diz respeito às importações, o agronegócio brasileiro registrou um total de US$ 16,61 bilhões em 2023, mostrando assim que a balança comercial está positiva neste setor.
Em entrevista, Roberto Perosa, secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, comenta que foi lançado um plano para converter as pastagens degradadas em áreas cultiváveis, com objetivo de aumentar a produção de forma sustentável. Isso demonstra o cenário positivo no Brasil em relação ao agronegócio para o futuro.
No setor do agronegócio, há uma intensa implementação de tecnologias, que envolvem desde o campo, instalações industriais, insumos agrícolas, fertilizantes, adubos, sementes.
Importação e exportação de fertilizantes
Por ter uma extensa produção agrícola, o uso de adubos e fertilizantes químicos são de grande escala, assim como a importação destes produtos.
Em 2023, o Brasil importou cerca de US$ 14.6 bilhões de adubos ou fertilizantes químicos (exceto fertilizantes brutos), sendo o 2º produto mais importado no país, comprando principalmente da Rússia (24%), Canadá (13%), China (11%), Marrocos (8,2%), e Estados Unidos (4,6%).
Em relação às exportações de adubos e fertilizantes, os valores são irrisórios quando comparados à importação: foram exportados em 2023 apenas US$ 243 milhões, sendo o Paraguai o destino de mais de 70% do produto.
Importação e exportação de máquinas agrícolas
As importações de máquinas agrícolas (com exceção dos tratores) e suas partes, em 2023 foi importado US$ 897 milhões, sendo os principais fornecedores e seu percentual: Estados Unidos (46%), Alemanha (13%), China (7%), Bélgica (5,4%) e Suécia (4,1%).
Já as exportações de máquinas agrícolas totalizaram US$ 979,55, sendo os principais destinos Paraguai (23%), Argentina (16%), Estados Unidos (9,6%), África do Sul (6,2%) e Bolívia (5,7%).
Drawback no agronegócio
As empresas do agronegócio, embora com a contínua expansão e aumento das exportações, se deparam muitas vezes com uma constante variação do preço nos insumos que servem como base para o agro, devido a fatores como superprodução, demanda e oferta, fechamentos de mercados estrangeiros.
Dessa forma, as empresas devem buscar benefícios aos seus negócios, como por exemplo o regime drawback: que é um regime aduaneiro especial que permite a suspensão ou isenção de tributos na compra de insumos que serão utilizados na produção de bens destinados à exportação.
Insumos como rações, aminoácidos e vitaminas utilizados na suplementação animal podem ser considerados elegíveis para o drawback. Além disso, o regime também beneficia agricultores na importação de insumos destinados à exportação, abrangendo sementes, defensivos agrícolas, maquinário e peças de reposição.
O drawback pode ser uma vantajosa ferramenta e estratégia para redução no custo de produção, auxiliando assim na competitividade das exportações, criando mais negócios e possibilitando a expansão para mais mercados.
Para verificação da aplicação do drawback, deve ser analisada as particularidades das atividades envolvidas.
Neste artigo observamos importantes dados sobre comércio exterior do agronegócio brasileiro no último ano, demonstrando o desempenho, os setores e os produtos mais exportados, bem como o cenário positivo para o futuro, afirmando a contínua posição de destaque do Brasil no comércio internacional quando se trata de produtos do agronegócio.
A implementação de tecnologias e a busca por estratégias como o regime drawback demonstram o comprometimento do setor com a inovação e a competitividade global.
A logística internacional tem seu papel fundamental no transporte de produtos agrícolas e derivados, por isso é importante contar com empresas especialistas como a PGL, que pode auxiliar na eficiência e crescimento de seus negócios.
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