A logística reversa é sustentável?

A preocupação com a sustentabilidade vai além da escolha das matérias-primas, dos processos envolvendo a manufatura do produto e da entrega ao consumidor final, pois surge também a questão: quando o produto chega no fim de sua vida útil e precisa ser descartado, como direcionar a destinação adequada? Esse é um ponto crítico quando se trata de produtos que não podem simplesmente ser jogados na lixeira comum, como pilhas e baterias.
Dentro desse cenário, a logística reversa ganha cada vez mais relevância, pois possibilita a correta destinação de bens e resíduos que não têm mais utilidade.
Para compreender melhor esse conceito, entender como funciona na prática, os principais setores que devem estruturar uma logística reversa e entender a relação dessa solução com a sustentabilidade, continue a leitura!
O que é logística reversa?
A logística reversa pode ser definida como um conjunto de atividades que organiza o fluxo de materiais, produtos e embalagens em sentido contrário ao tradicional, ou seja, do consumidor final de volta ao ponto de origem.
É uma solução que possibilita o reaproveitamento e o descarte correto de produtos e resíduos já sem utilidade, impedindo que ocorra um descarte inadequado e com potenciais impactos ambientais, como contaminação da água e do solo.
Esse conceito já está consolidado há algum tempo em diversos países. No Brasil, ganhou força principalmente a partir de 2010, com a criação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Essa legislação trouxe diretrizes sobre a gestão de resíduos sólidos no país, estabelecendo responsabilidades claras sobre como empresas devem atuar em relação ao ciclo de vida de seus produtos.
Apesar dos avanços, os números mostram que ainda há muito espaço para melhorar. O índice de reciclagem no Brasil hoje é de apenas 4%, bem abaixo de outros países.
Em quais setores a logística reversa é aplicada?
De acordo com o artigo 33 da lei nº 12.305** (PNRS)**, é estabelecido que fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes dos seguintes setores são obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa, de forma independente do serviço público de limpeza urbana:
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agrotóxicos, seus resíduos e embalagens;
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pilhas e baterias;
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óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens;
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lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista;
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produtos eletroeletrônicos e seus componentes.
Ou seja, a logística reversa não é apenas uma pauta ambiental opcional, mas também uma obrigação legal em vários segmentos.
Se uma empresa atua na importação de pneus, por exemplo, não basta se preocupar apenas com os trâmites de entrada e a comercialização no mercado interno. É fundamental entender como funcionará o sistema de logística reversa, garantindo que os resíduos tenham destinação correta conforme a legislação brasileira.
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Logística reversa e exemplos reais
Alguns segmentos, exemplos de sucesso no tema, são:
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Latas de alumínio, que têm uma taxa de reaproveitamento de 97% no Brasil.
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Segmento de agrotóxicos, que já alcançou 94% de destinação correta de resíduos e embalagens.
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Óleos lubrificantes automotivos, produtos que são altamente poluentes quando descartados incorretamente, porém, através do processo de rerrefino, é possível a recuperação do óleo usado e seu retorno ao mercado.
Empresas que adotam práticas estruturadas de logística reversa se destacam no mercado, transmitindo responsabilidade socioambiental e conquistando consumidores cada vez mais atentos a essas questões.
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O ciclo da logística reversa
O processo da logística reversa varia de acordo com o setor e o produto, mas, de forma geral, o ciclo segue algumas etapas: tudo começa pela coleta do material descartado pelo consumidor, que normalmente acontece via pontos de coleta.
Após a coleta, os produtos ou materiais passam por uma triagem de acordo com seu tipo e estado de conservação. Esse processo possibilita identificar o que pode ser reaproveitado e o que deve ser destinado ao descarte.
Os materiais então seguem, normalmente, para um dos dois caminhos:
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São reaproveitados por fabricantes ou empresas de reciclagem para a produção de novos itens;
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Quando não há possibilidade de reaproveitamento, o material é destinado ao descarte apropriado, minimizando riscos ao meio ambiente.
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Conclusão: a logística reversa é sustentável?
Dessa forma, podemos concluir que a logística reversa é sim uma prática sustentável, pois garante que resíduos tenham a destinação adequada, seja pela reciclagem ou pelo descarte seguro. Mesmo que ainda seja aplicada de forma mais intensa em setores específicos, ela já contribui para a preservação ambiental e para a construção de uma economia mais responsável.
Empresas importadoras devem estar atentas ao atuar em setores regulamentados pela PNRS, havendo a responsabilidade de assegurar a destinação final ambientalmente adequada dos produtos.
Cada vez mais, empresas alinham suas estratégias a práticas sustentáveis, seja para atender às regulamentações ou para atender a um mercado e a consumidores que cobram responsabilidade ambiental. A logística reversa é um dos caminhos para uma agenda mais verde.
Na PGL Brasil, acreditamos na pauta sustentável. Por isso, adotamos práticas alinhadas à preservação do meio ambiente e seguimos investindo em soluções que moldam uma logística cada vez mais responsável.
Se a sua empresa busca atuar em colaboração com um parceiro logístico que ofereça eficiência operacional e compromisso com a sustentabilidade, conte com a gente!
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