Em clima de Páscoa: conheça o comércio internacional do chocolate e do cacau

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A Páscoa se aproxima e, com ela, as vendas de chocolates são impulsionadas no varejo. Por trás dos chocolates que ocupam as prateleiras dos comércios locais, existe uma complexa cadeia logística que conecta produtores, indústrias e mercados consumidores ao redor do mundo.

O cacau é originário da região amazônica, mas hoje é uma commodity cultivada principalmente em países da África, e está em alta demanda, após as perdas das últimas safras, o que tem afetado o preço dos chocolates.

Neste artigo, vamos explorar o comércio internacional do chocolate e do cacau, destacando os maiores países produtores e exportadores e entendendo os números do comércio exterior brasileiro deste segmento.

Principais países produtores de cacau

O cacau é cultivado, em sua maioria, em países de clima tropical. Segundo a Organização Internacional do Cacau (ICCO), a África concentra mais de 70% da produção mundial de cacau, sendo os principais países produtores a Costa do Marfim, com 2,18 milhões de toneladas por ano, (equivalente a 44% da produção mundial), e em segunda lugar está Gana, com uma produção de 680 mil toneladas.

Outros países de destaque, em ordem de produção de cacau, são Equador, Camarões, Nigéria, Brasil e Peru.

No caso das nações africanas, o fruto é em grande parte exportado a países da Europa e aos Estados Unidos, onde se concentram as indústrias processadoras e fabricantes de chocolate.

Quais são os principais países exportadores de chocolate?

Enquanto algumas nações produzem o cacau, outros países se concentram em processar o fruto e produzir o chocolate como produto final.

Apesar de não cultivar um único pé de cacau, a Alemanha lidera o ranking dos maiores produtores e exportadores de chocolate do mundo. O país conta com mais de 200 indústrias de chocolate instaladas, que exportam para mais de 100 países.

Além da Alemanha, que ocupa o primeiro lugar, com um market share de mais de 16% das exportações globais de chocolate, o ranking dos maiores exportadores deste produto é composto por outros países europeus, em ordem:

  • Bélgica: 9% das exportações globais

  • Itália: 7,3%

  • Polônia: 7,1%

  • Países Baixos: 6,3%

Esses países abrigam multinacionais do setor, que além de abastecer seus mercados locais, exportam chocolate para todos os continentes.

O comércio exterior de chocolate no Brasil

No primeiro trimestre de 2025, as exportações de chocolate produzidos no Brasil já somam US$ 47,14 milhões, que correspondem a 8,7 mil toneladas de produtos embarcados.

Em comparação com os três primeiros meses de 2024, o faturamento cresceu 7,4%, enquanto o volume embarcado reduziu 8,5%.

Com os valores aumentando e o volume reduzindo, o valor FOB por quilo embarcado cresceu 17,4% na comparação ano a ano, totalizando US$ 5,41/kg.

Esse aumento no preço acompanha uma tendência mundial de valorização do chocolate que é impulsionada pela queda na oferta de cacau, decorrente das condições climáticas adversas que afetam as culturas nos principais países produtores do fruto.

Os principais compradores do chocolate brasileiro foram a Argentina (24%), Uruguai (9,9%), Arábia Saudita (9,6%), Paraguai (8,3%) e Chile (7,8%).

Já nas importações, o total desembarcado no Brasil de janeiro a março totalizou US$ 55,28 milhões, que correspondem a 5,69 mil toneladas. O preço FOB por quilo do chocolate na importação foi de US$ 9,71, que representou um aumento expressivo de 18,4% na comparação com o ano anterior.

Os principais fornecedores de chocolate ao Brasil foram a Argentina (23%), Alemanha (17%), Suíça (15%), Bélgica (12%) e Itália (11%).

A inflação do chocolate

Durante a Páscoa, em países que seguem essa tradição, o consumo e as vendas de chocolates crescem no período. Em 2025, porém, a indústria do chocolate tem enfrentado um desafio extra: a disparada no preço do cacau.

A produção de cacau tem enfrentado uma crise na África, principal região produtora, impactada por condições climáticas adversas e pela proliferação de pragas. Esse cenário compromete a oferta global e pressiona os preços da matéria-prima, que atingiram níveis históricos: o preço do cacau aumentou cerca de 180% em um período de dois anos.

O Brasil, embora produza cacau, é afetado por este cenário, pois a produção nacional não consegue atender toda a demanda, precisando então importar dos países do continente africano.

Os preços dos ovos de chocolate e produtos relacionados tiveram aumento médio de 14% neste ano, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras).

O papel da logística no comércio global de cacau e chocolate

A cadeia produtiva do chocolate depende de uma integração logística internacional, já que, conforme vimos, muitas vezes o cultivo da matéria-prima acontece em nações diferentes da industrialização do produto final, o que torna o transporte internacional essencial para conectar as diferentes partes envolvidas.

Além disso, por se tratar de um produto alimentício sensível a variações de temperatura, o chocolate precisa seguir cuidados específicos para garantir sua qualidade até o destino final.

Entre as soluções logísticas mais utilizadas em seu transporte, estão os veículos refrigerados no modal rodoviário, o transporte aéreo com controle de temperatura e os containers reefers no modal marítimo. Estes modais permitem que o chocolate chegue em perfeito estado às prateleiras e aos consumidores, seja na Páscoa ou em qualquer época do ano, no Brasil e no mundo.

Na PGL Brasil, contamos com expertise e soluções logísticas personalizadas para atender as demandas desse setor, com segurança, eficiência e cuidado em cada etapa do transporte.

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