Pecém X China: crescimento do porto trás vantagens ao Brasil

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A logística e a infraestrutura portuária, em um país de dimensões continentais e com longa extensão costeira como o Brasil, desempenham um papel crucial na economia, pois os portos são a principal porta de entrada e saída de produtos que movimentam a balança comercial. Cerca de 95% do comércio exterior brasileiro é realizado por via marítima.

O Porto do Pecém, localizado no Ceará, vem se consolidando como um dos principais corredores logísticos do Brasil. Com movimentação de cerca de 20 milhões de toneladas de cargas por ano, o terminal é o principal da região Nordeste. Recentemente, Pecém inaugurou uma rota direta com a China, ampliando as oportunidades para empresas que buscam mais agilidade e redução de custos em sua logística internacional.

Neste artigo, você vai conhecer mais sobre o Complexo do Pecém, com foco em seu terminal portuário: sua história, localização estratégica, importância econômica e sobre a nova rota com a China.

A história e a localização estratégica do Complexo do Pecém

O Complexo do Pecém vai além de ser apenas um porto. Ele engloba também uma área industrial e uma Zona de Processamento de Exportação (ZPE), formando um ecossistema voltado para o desenvolvimento econômico da região.

Sua localização é bastante estratégica: está próximo aos Estados Unidos, à Europa e ao Norte da África, o que favorece o comércio com importantes mercados globais.

A história do complexo começou em 1995, quando navios da Marinha do Brasil realizaram levantamentos de profundidade na região da Ponta do Pecém, no município de São Gonçalo do Amarante, a cerca de 60 km de Fortaleza, capital do Ceará.

O projeto foi idealizado para atender às demandas empresariais da região, especialmente indústrias de base como siderurgia, refino de petróleo, petroquímica e geração de energia elétrica.

Ainda em 1995, foi iniciada a concepção do complexo, com a contratação de projetos de engenharia. As obras se estenderam pelos anos seguintes, até que, em março de 2002, foi inaugurado o Terminal Portuário do Pecém.

Infraestrutura do Porto do Pecém

Pecém é um porto industrial e terminal multicargas, preparado para movimentar diversos tipos de bens.

Sua infraestrutura conta com 10 berços de atracação, que são distribuídos entre três píeres marítimos:

  • Píer 1 (berços 1 e 2): destinado a granéis sólidos, líquidos e carga geral não conteinerizada;

  • Píer 2 (berços 3 e 4): especializado em granéis líquidos;

  • Píer 3 (berços de 5 a 10): movimenta granéis sólidos, carga geral conteinerizada e não conteinerizada.

Como se trata de um terminal offshore, os píeres são protegidos por um quebra-mar em formato de “L”, com 2.770 metros de extensão, conectado ao continente por uma ponte rodoviária.

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Principais tipos de cargas movimentadas

No primeiro semestre de 2025, em comparação ao mesmo período de 2024, o terminal registrou um crescimento de 38% na movimentação de contêineres, atingindo 325.456 TEUs.

No balanço geral, considerando todos os tipos de carga, o crescimento nos seis primeiros meses do ano foi de 10%, com 9,9 milhões de toneladas movimentadas.

A participação por tipo de carga foi a seguinte:

  • Granel sólido: 43%

  • Carga solta: 42%

  • Carga conteinerizada: 15%

Em relação às mercadorias, nos desembarques destacam-se aço, máquinas, materiais elétricos e plásticos. Já nos embarques estão produtos como pedras ornamentais, castanhas, cera de carnaúba, frutas, carnes, calçados e têxteis.

Nova rota direta com a China

Um dos avanços que ampliou a conectividade do Nordeste brasileiro com a Ásia foi a nova linha de navegação que conecta a China ao Pecém com um transit time de cerca de 30 dias. Essa nova rota, inaugurada em abril de 2025, é operada pelo armador MSC.

A rota direta passa pelo Canal do Panamá, reduzindo o tempo de trânsito que era de 60 dias para 30 dias. Antes de sua criação, as cargas vindas da China eram transportadas nas rotas que passavam pelo Cabo da Boa Esperança, na África do Sul, até chegar ao Porto de Santos, em São Paulo, e então seguiam para o Nordeste.

Além disso, no lado das exportações, o tempo de envio do Ceará para a China foi reduzido em aproximadamente 14 dias.

O modelo traz mais competitividade e agilidade para as operações de comércio exterior da região.

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Conectividade com outros portos

Além da rota direta com a China, o Porto do Pecém também possui conexões marítimas com outros importantes mercados globais:

  • Barcelona (11 dias de transit time)

  • Buenos Aires (18 dias)

  • Gênova (13 dias)

  • London Gateway (14 dias)

  • Roterdã (12 dias)

  • Shanghai (45 dias – com transbordo)

  • portoSines (25 dias)

  • Valência (9 dias)

No âmbito nacional, Pecém conta ainda com 6 rotas de cabotagem, conectando-se a portos do Sudeste e do Norte.

Conclusão

Os gargalos logísticos ainda são um dos principais desafios do comércio exterior, já que a eficiência da logística pode ser o fator decisivo na hora de fechar um negócio internacional.

Com conectividade global, o Porto do Pecém se consolida como um hub estratégico, fortalecendo o comércio internacional do Nordeste e do Brasil.

Com a China, maior parceiro comercial do país, a nova rota direta amplia a relação comercial, trazendo redução de tempo, custos e mais competitividade às operações. Esse avanço gera oportunidades para empresas que buscam importar e exportar.

Se você é um importador ou exportador do Nordeste, vale a pena analisar as vantagens dessa rota.

A PGL Brasil é um agente de cargas com ampla experiência e atuação em todo o território brasileiro e no mundo. Oferecemos suporte na estruturação e gestão das melhores soluções logísticas para operações internacionais, sempre visando a otimização.

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