Como funciona a importação de vinhos?
Como funciona a importação de vinhos?
As primeiras evidências de produção de vinho remontam a cerca de 6.000 a.C., na região do Cáucaso. Ao longo dos séculos, as práticas de cultivo de uva e produção da bebida foram aprimoradas, resultando em vinhos de maior qualidade, que se difundiram pelo mundo e influenciam as tradições vínicas até hoje.
Embora o Brasil seja o quinto maior produtor de vinho do hemisfério sul, a busca por sabores diferenciados entre os apreciadores tem impulsionado as importações do produto.
Quer entender como funciona para importar vinhos e ficar por dentro de dados relevantes sobre este mercado? Continue a leitura!
O consumo de vinho no Brasil
De acordo com a consultoria Wine Intelligence, em 2010, o número de consumidores de vinho no Brasil era de 22 milhões de pessoas. Em 2022, esse número dobrou, atingindo 44 milhões. Esse crescimento colocou o mercado brasileiro na 14ª posição no ranking dos principais mercados consumidores de vinho no mundo.
Segundo o relatório anual da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV), enquanto o consumo global de vinhos segue em queda, no Brasil o cenário é diferente: em 2023, o consumo da bebida cresceu 11,6% em relação ao ano anterior.
Esse aumento no consumo reflete a popularização do vinho no país, um cenário de boas oportunidades para empreendedores explorarem o setor.
Dados sobre a importação de vinho
De janeiro a outubro deste ano, o Brasil importou mais de US$ 401 milhões em vinhos, com um crescimento de 12,4% em comparação com o ano anterior, quando o total importado no mesmo período foi de US$ 357 milhões.
Principais países exportadores de vinho para o Brasil (Jan-Out 2024)
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Chile: US$ 168,21 milhões (41,9% do total das importações)
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Argentina: US$ 78,06 milhões (19,4%)
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Portugal: US$ 68,70 milhões (17,1%)
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Itália: US$ 31,73 milhões (7,9%)
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França: US$ 24,72 milhões (6,2%)
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Espanha: US$ 15,30 milhões (3,8%)
Os países sul-americanos dominam o mercado com 61,3% das importações, enquanto os países europeus, tradicionais na produção de vinhos, representam 35% do total.
Importação de vinho: registros, procedimentos e documentos
Como em qualquer operação de importação, a empresa importadora deve estar devidamente habilitada no Radar Siscomex e possuir um CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) vinculado ao CNPJ adequado para a importação de vinho.
O importador também deve realizar o registro do estabelecimento no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), por meio do Sistema Integrado de Produtos e Estabelecimentos Agropecuários (SIPEAGRO).
Além da documentação habitual exigida em uma importação, como licenças (LPCO), commercial invoice e packing list, a importação de vinhos exige documentos específicos:
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Certificado de origem;
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Certificado de análise do vinho;
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Rotulagem atendendo os padrões.
É importante atentar que o embarque na origem deve ocorrer somente caso os passos acima estejam de acordo.
Após a chegada no Brasil
Quando o vinho desembarcar nos portos brasileiros, o produto passa por uma vistoria por parte do MAPA, com a coleta de amostras para análise.
A etapa da coleta e análise é necessária apenas na primeira importação do vinho, e, uma vez aprovado pelo laboratório, o mesmo vinho poderá ser importado nos próximos três anos sem a necessidade de uma nova análise.
Caso o vinho esteja dentro dos padrões exigidos, o MAPA emitirá o Certificado de Inspeção, atestando a conformidade e qualidade do produto para comercialização no Brasil.
Esses são alguns dos principais passos para a importação de vinho, sendo sempre necessário a colaboração com profissionais especializados no setor, pois há muitos detalhes a serem atendidos.
Logística na importação de vinho
Assim como os aspectos regulatórios, a logística de vinho também deve observar cuidados específicos e boas práticas.
O modal marítimo é o principal meio de transporte utilizado para trazer vinhos de outros continentes, enquanto de países produtores próximos como Argentina e Chile, é utilizado o modal rodoviário.
Entre os principais aspectos a serem observados na logística, estão:
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Temperatura: Temperaturas extremas podem danificar o produto, sendo recomendado o uso de uma manta térmica ou container Reefer – ou veículo refrigerado no caso do rodoviário – para manter a temperatura ideal.
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Embalagem: Para evitar que a garrafa quebre, é essencial uma embalagem que proteja contra movimentações e impactos.
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Estufagem: Durante a estufagem no container ou no veículo, é importante garantir que não haja espaço entre as caixas e nenhum espaço onde a carga possa se movimentar. Isso ajuda a evitar danos durante o transporte.
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